Diário de Viagem - O início de tudo

segunda-feira, 11 de julho de 2016

             

            Quem me conhece sabe que passei as férias do começo do ano viajando pela Europa, em uma visita as minhas tias que moram lá e depois trabalhando em um intercâmbio voluntário. Sem a menor sombra de dúvidas essa foi a melhor viagem da minha vida. Aprendi muito nesses três meses que estive fora do país e vou levar pra vida toda com muito carinho as memórias que tenho.

            Acho que é sempre válido ouvir as experiências de outras pessoas, por isso decidi contar a minha. Vou contar detalhadamente como foi essa viagem, desde a ideia que eu tive em sair do país, passando pelos preparativos, até a volta quando coloquei meus pés em solo brasileiro após 89 dias fora de casa.  Pra que eu consiga explicar tudo, vou criar uma série de posts chamada Diário de Viagem, e esse é o primeiro.

            Bem, então vamos do começo. Sempre quis viajar pra outros países, conhecer o mundo, visitar todos os continentes e especialmente viver fora por um tempo, a trabalho ou num intercâmbio. Quando entrei na faculdade várias portas se abriram, dentre elas a da AIESEC.

            A AIESEC é uma Organização Social que realiza intercâmbios profissionais e voluntários. Pra cada tipo de intercâmbio existem requisitos diferentes, mas o básico é que você tenha entre 18 e 30 anos e que seja universitário, ou formado em até dois anos. Quando entrei na organização (como membro) puis na cabeça que queria fazer um intercâmbio voluntário. Isso mesmo, sem salário. A ideia desse intercâmbio é viajar pra outro país pra fazer um projeto social em ONGs, escolas ou entidades que tenham pareceria com a AIESEC. Existem vários tipos de projetos eu você pode escolher. Eu decidi fazer esse intercâmbio, pois sempre quis fazer a diferença no mundo, mesmo que minimamente, e vi no Intercâmbio Social essa oportunidade.

            A ideia inicial era fazer um intercâmbio social para a Romênia, no mês de dezembro (assim que as aulas da minha faculdade acabassem). Porém as datas não davam certo, porque na Romênia o projeto social que eu queria fazer começava só no meio de Janeiro.

            Olhei as passagens para as datas estipuladas para o meio de Janeiro, mas estavam muito caras: Cinco mil e quinhentos reais. Sem chance. Procurando mais passagens com diversas companhias eu percebi que as passagens mais baratas eram no começo de Dezembro. E aí tive uma ideia maravilhosa: pesquisei passagens para o começo de Dezembro, para a Espanha.

            Tenho duas tias incríveis que vivem na Espanha, numa cidadezinha chamada Tarragona que fica a uma hora de Barcelona. As passagens para Barcelona estavam dois mil e oitocentos reais, bem mais acessíveis. Na mesma hora liguei pra minha tia e perguntei se podia visita-la e me hospedar com ela por um mês. As minhas duas tias concordaram na hora, meus primos também ficaram super felizes.

            Falei com os meus pais da ideia de passar o mês de Dezembro e o começo de Janeiro na Espanha, e depois de lá ir pra Romênia. Mamãe achou uma boa ideia, mas ao mesmo tempo pensou que era tempo demais pra eu passar fora. Eles conversaram por um tempo, discutiram a ideia (nesse ponto a viagem pra Romênia já estava definida, mesmo que eu não fosse pra Espanha faria meu intercâmbio na Romênia), pesaram os prós e contras e viram que valia a pena.

            Quando avisei a minha irmã sobre a ida pra Espanha ela disse “Ué, seria legal se meu pai e minha mãe também fossem pra Espanha, pra visitar minhas tias”. Ela não podia ir porque tinha que trabalhar, mas minha mãe e meu pai adoraram a ideia e conseguiram encaixar suas férias pros dias que ficariam viajando.

         E foi assim que ficou decidido que iríamos pra Europa: minha mãe e meu pai me acompanharam por vinte dias na Espanha, e depois eu fui pra Romênia sozinha.

       Até hoje tenho um frio na barriga de lembrar como foi incrível aquele momento que conseguimos decidir a viagem e começamos a planejar tudo. Valeu muito a pena todo o trabalho, e eu faria tudo de novo um milhão de vezes (mas dessa vez levando minha irmã!).

            No próximo post vou contar como eu decidi que queria fazer um intercâmbio social pra um país tão inusitado quanto à Romênia!

            Espero que gostem.

            Beijinhos!

Travel Journal: The Feelings

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

"You only hate the road when you are missing home"

Há exatamente 15 dias comecei a minha jornada pela Europa. Eu estava, como boa medrosa que sou, muito assustada com a ideia de passar 9 horas dentro de um avião que cruzaria o Oceano Atlântico. Entrei na aeronave, prestei bastante atenção nas aeromoças fazendo a demonstração de segurança (sério, aquilo me dá um conforto enorme), apertei o cinto e preparei minha mente pras próximas horas que viriam. Meu travesseiro, meus companheiros de viagem e meu livro foram meus maiores salvadores naquele tempo interminável que passei dentro do avião.
Os voos foram muito bem, obrigada, considerando que o meu maior desconforto foi ter esquecido de colocar lanchinhos  pra comer na mala de mão e ter ficado com fome quando não estavam distribuindo comida no avião (nunca vou me esquecer da fome absurda que eu senti as três da manhã). Fora isso, tudo ótimo.
O que pareceu uma eternidade de tempo e aeroportos depois, voilá. Espanha. Carimbei meu passaporte, peguei as malas, minha tia e meu tio me pegaram no aeroporto e entramos no carro pra vir pra casa. Vi meus primos, comi, andei pelas ruas da cidade e dormi muito. Os primeiros dias foram, sem dúvidas, os mais agitados (íamos pra Paris dois dias depois de chegar na Europa). Muita coisa se passou nesse tempo. Muitos lugares diferentes. Muitas horas dentro de casa também. E 15 dias depois criei coragem pra escrever tudo.
 É bem estranho pensar nisso, porque eu já tinha planos de escrever à muito tempo. Porque eu já tinha me planejado pra isso. Porque essa viagem foi muito esperada e eu não via a hora de colocar no papel (pelo menos na minha cabeça). Mas quando de fato cheguei aqui desacelerei. Dormi mais, li mais, fiquei mais tempo com a minha família. Fugi do que eu tinha planejado, parei de correr e controlar cada segundo que tinha pra “conhecer tudo e ver tudo e tirar milhões de fotos” pra simplesmente ficar quietinha em casa (coisa que gosto muito). E honestamente não sei se foi a melhor coisa a se fazer, mas sei que precisava disso.
Passei um ano correndo, vivendo tudo intensamente, aproveitando milhões de coisas, mas me desgastando muito pra isso também. Talvez (muito provavelmente) eu só precisasse de paz e calmaria. Mesmo que meu corpo não esteja acostumado com esse ritmo calmo por mais que um fim de semana, em que eu me permito ficar jogada na cama fazendo coisas que me relaxam como ler ou escrever, antes de voltar pra uma semana que exige o máximo de mim.  Bem, seja como for, os últimos dias tem sido complexos.
A Europa é incrível. Tive oportunidade de conhecer a Região da Cataluña, na Espanha, e Paris, na França. As pessoas são educadas, mas não são muito calorosas. As ruas são bonitas no inverno. O vento gelado me deixa feliz, trazendo oportunidades de usar minhas roupas favoritas (casacos, meia-calça, luvas, gorro) e até o momento não me deixou gripada. Tem praia, monumentos e história por todo lado.
Mas eu sinto uma saudade imensa de casa. Da água sem tanto cloro, do solzinho que faz no fim de tarde, dos meus cachorros que deitam aos meus pés ou me mordem pra brincar, do meu quarto no qual eu tenho privacidade o tempo todo e é, definitivamente, o lugar em que eu mais me sinto eu. Das pessoas. Principalmente das pessoas.
Das minhas irmãs que sempre me perturbam quando vão dormir no meu quarto e ficam rindo da minha irritação cem por cento verdadeira (eu jamais manteria uma cara feia mesmo que não estivesse brava, nunquinha). Da minha avó reclamando que eu a abraço demais e depois perguntando como está a minha vida em Uberlândia. Da minha prima me convidando pra sair com ela pra casamentos ou eventos de penetra. Dos meus primos jogando no computador da minha casa, ou vendo filme na TV. De sair com todas as minhas tias pra andar no centro da cidade e ouvi-las conversar por horas. De estar em Araguari e ficar imensamente feliz ao receber uma mensagem das minhas melhores amigas, me chamando pra ir pra casa delas ou indo até a minha, dos raros momentos em que estamos todas juntas. De brigar seriamente e no segundo seguinte sentar a mesa pra comer pizza como se nada tivesse acontecido, de sair sempre pro Salinas, de lembrar dos anos passados.
De ir pra Universidade, mesmo que eu odeie o meu curso e acordar cedo, pra encontrar meus amigos que são incríveis. Que dançam e cantam pelos corredores comigo e ouvem quando eu tenho qualquer tipo de crise, que reclamam de comprar comida que vai engordar, que me emprestam blusas de frio mesmo quando elas são de marca e eu posso estragar ou roubar. Saudades de ir dormir na casa das amigas pra estudar e acabar vendo séries, ou discutindo sobre McMelody com opiniões divergentes, mas no fim acabar tudo bem. De ter horas de discussões sobre personagens de séries e livros que são importantes, e de falar de paixões platônicas.
Sinto falta de ter reunião todas as semanas no corredor do Bloco A. Sinto falta de me encontrar com outras seis pessoas todas as terças na minha casa, e ficar gritando e incomodando os vizinhos até às duas da manhã. E de passear na garupa de uma moto pelas ruas da cidade e trocar confidências nas milhões de noites do pijama, de falar de comida e ficar incomodada por coisas que depois vão me fazer rir, ou ficar quase três horas trocando áudios num grupo só de meninas falando sobre garotos ou boybands. De sair pro bar porque meu amigo me chamou contando com toda a certeza do mundo que eu iria (e eu ir, de fato), de dividir cigarros, de tomar sorvete e discutir tatuagens e intercâmbios na Romênia, de reclamar dos problemas na varanda.
Eu realmente gosto daqui. Gosto do novo. Gosto dos passeios. Gosto da minha família que está aqui comigo, gosto do tempo livre que tenho de sobra.
But home is wherever your heart is, and mine is in my country, with my people. And I’m missing home so much that I cry and it makes me confuse. I want to be here for more two months. But I want to have both worlds. Is it possible?
Não sei por que mudei para o inglês. Acho que depois de um ano, acostumei a usar o inglês pra sussurros e confissões. E acho que estou contando um segredo aqui. Não queria que meu primeiro texto no blog tivesse esse tom triste e cheio de saudades. Mas é assim que meu coração se sente, e nunca consigo escrever coisas que não estão transbordando pelas minhas veias.
Eu realmente, realmente, realmente sou grata pela oportunidade de viajar e de fazer um dos meus sonhos realidade. Sou grata por conhecer outros países, e por encontrar gente que me ama por todo canto. E sou feliz por estar aqui.
            Mas também sou feliz em casa. E acho que essa viagem vale muito a pena por eu ter descoberto isso.

Paraty

sexta-feira, 19 de setembro de 2014




O calendário escolar da faculdade em que eu estudo está uma completa bagunça, graças à greve das universidades federais que aconteceu em 2012. O resultado disso é que eu tenho aula durante os meses de dezembro e janeiro e estou de férias nesse exato momento, em setembro.

E é bem estranho e às vezes bem chatinho ficar sem fazer nada em casa enquanto as pessoas trabalham/estudam e continuam a fazer suas obrigações. Pra combinar uma simples noite pra sair com minhas melhores amigas fica complicado, porque elas têm provas e trabalhos e um milhão de coisas pra fazer. Ir à casa da minha avó ou das minhas tias então (coisa que eu adoro fazer), quase nunca! Fazer compras, sair pela cidade, viajar então... Pff.

Foi pensando nisso que eu imaginei que as minhas férias seriam um tédio completo e sem fim. Pensei que provavelmente passaria tempo todo na frente do computador vagando pela internet como um zumbi, ou dormindo. Bem, felizmente eu estava muito enganada.

Sim, eu ainda fico um tempão na internet vagando por ai, a diferença é que procuro coisas úteis pra me ocupar. Já li um punhado de debates políticos, diversos blogs com dicas, tutoriais, DIY, páginas de comédia, etc, etc.

Além disso também estou aproveitando o tempo livre pra agilizar minha listinha (o diminutivo é completamente falso) de livros pra ler, e estou amando ter o dia todo pra ficar jogada na cama lendo sem me preocupar com nada. Também assisto à séries de TV e até estou me aventurando pelo mundo dos filmes (acreditem, não sou tão fã de cinema assim).

Mas a parte boa de verdade dessas férias é que meu pai resolveu tirar férias também! E  bem, isso só podia significar uma coisa: VIAGEM! Yay!

E foi por esse motivo que no comecinho de setembro eu e minha família saímos em uma viagem de doze (DOZE!) horas de carro, isso é, se a gente não enrolasse muito na estrada.  Fomos pra Paraty, porque eu sou apaixonada por praia e minha mãe ama centros históricos, então parecia a escolha certa. E posso dizer a verdade? Ficar no carro esse tempo todo valeu muito a pena!

Estrada lindinha no fim da tarde

Paraty é um lugar maravilhoso, tem todo aquele exxxpírito carioca (sim, eu fiquei tentando copiar o sotaque), tem sol, tem as pessoas mais amáveis que eu já conheci, tem praia, tem aquele mar mais lindo do universo, tem história, tem natureza pra caramba, a cidade é linda e ainda faz friozinho a noite. Não podia ser melhor!

Nós ficamos lá quatro dias incríveis. Chegamos no dia 30/08 e o sol já estava se pondo quando fizemos o check in na pousada, então não deu pra aproveitar a praia logo de cara, mas obviamente fui lá dar uma olhada, de curiosa que sou, como o mar estava. Fiquei uns bons dez minutos deslumbrada observando a praia, os quiosques e um cara super talentoso observando uma criança a fazer malabarismo. 


Nós nos hospedamos em uma pousada super fofinha e organizada, com atendentes muito gentis em frente a praia de Jabaquara. Era só atravessar a rua e voilá! O mar estava todo lindo me esperando. Ah, o café da manhã de lá também era maravilhoso!


<3


O tempo estava se fechando, então fui desfazer as malas e tomar um banho. Depois que estava todo mundo pronto a gente resolveu sair pra jantar e conhecer a cidade, e (juro) passei um friozinho pois só tinha levado um cardigã bem fino! A cidade tem aquele ar de cidadezinha pequena, onde as pessoas vão pra praça conversar, os cachorros acompanham seus donos onde quer que eles vão, tem gente sorrindo pra você sem mais nem menos e eu já fiquei apaixonada por tanta simpatia! Ah, também tivemos a sorte de ir na cidade quando estava na festa da Santa Padroeira de lá, então estava tudo enfeitado com bandeirinha (não sei se sempre está, mas enfim)!
Ponte e bandeirinhas ao fundo!

Casal aleatório e fofo de velhinhos! *-*

Churros, nham.

Essa decoração da igreja era tão maravilhosa!


No dia seguinte o tempo se abriu (ainda bem!) e ficamos na praia em frente a pousada curtindo o solzinho e o mar. Lá tinha muitas conchinhas por metro quadrado e eu trouxe umas trezentas (sério). 




Eu e o Nicholas Sparks na praia, amor demais!


A tarde fomos ao centro da cidade procurar lembrancinhas e conhecer as lojas, andamos pra caramba e por fim decidimos ir ao porto ver como dava pra ir pras ilhas lá perto de escuna. Achei tudo megafofo e tirei foto de tudo que queria comprar e trazer pra casa, hahaha!








Eu também,Graciliano, eu também. (Encontrado na Casa da Cultura de Paraty)
A gente também foi em uma praia perto de Paraty, no dia seguinte, que fica em Trindade. E eu acho que foi a praia mais linda que eu já fui na vida. O mar era muito azul, tinha umas fontes de água doce correndo pro mar, muitas pedras gigantescas de uns cinco metros de alturas, a areia era super branquinha e limpa. E a maré estava bem alta, o que me garantiu muitos capotes, como era de se esperar, hahaha. Nem reclamo, foi incrível.




A viagem foi fantástica e eu mal vejo a hora de voltar lá e passar pelo menos um mês aproveitando tudo com mais calma.

Ah, e como as férias não acabaram, eu ainda estou aqui a toa, mexendo no computador como se não houvesse amanhã e só saindo ao sol pra receber minha parcela de vitamina D diária. 

E vocês, o que estão fazendo?


Beijinhos. 

Resenha #1: Eleanor & Park

segunda-feira, 15 de setembro de 2014


            Acabei de ler Eleanor& Park há pouquíssimo tempo e antes mesmo de terminar o livro eu já queria correr pro computador e escrever uma resenha sobre ele. O motivo é muito simples: estou encantada pela história.

            Eleanor & Park foi um daqueles livros não-planejados e que, agora que penso a respeito, fico muito feliz por tê-lo encontrado. Um daqueles amores de livraria que não te deixam pensar em outra coisa. 
            Lá estava eu, casualmente andando pela Saraiva perto de casa quando bati os olhos na capa fofíssima e fiquei deslumbrada pelo trabalho minimalista. Peguei o livro. Chequei-o por uns três segundos antes de a minha amiga me arrastar pra fora da loja pelo braço falando que estávamos com pressa. Não deu tempo de ler a sinopse, nem de ler o nome da autora, nem de saber do que falava.  Nadinha.

            E mesmo assim o título ficou na minha cabeça. Cheguei à casa dos meus pais no fim de semana seguinte e comentei o título com minha mãe e, alguns dias depois, ela me deu de presente. Adoro essas surpresas que simplesmente entram na vida da gente <3

            Enfim, depois de toda essa história sobre amor-a-primeira-vista que tive com o livro, posso dizer, meu amor vai muito além disso. O livro conseguiu me prender da primeira à última palavra e eu não o soltei por um minuto depois que comecei a ler.

            A história fala da Eleanor e do Park, dois adolescentes que vão pra mesma escola em um ônibus.  Eleanor acabou de se mudar pra escola, então ela enfrenta um daqueles problemas com os populares, pelo simples fato de ela ser completa e totalmente fora dos padrões. Park é aquele tipo mais quietinho de garoto, meio nerd, meio invisível, mas que não é totalmente ignorado pelos populares. E o mais importante: ele tem um banco só pra ele no ônibus. Isso não parece fazer muito sentido, mas faz. Do mesmo jeito que eles não parecem ter nada em comum pra se apaixonarem, mas é exatamente o que acontece. E é tão, mas tão, bonitinho!


            O livro também fala da vida dos dois, além do relacionamento que surge entre eles. Eleanor tem uma vida bem complicada, com problemas em casa, uma família numerosa e muito desestruturada, e sente que não se encaixa em lugar nenhum. Ela é muito ruiva (o que nem sempre é tão bom), muito grande se comparada com as outras meninas além de não ser bonita. Tem problemas sociais pra se enturmar, uma personalidade bem única e meio esquisita.

            Park é mestiço. Meio americano e meio oriental. Tem olhos verdes e bochechas (que na minha cabeça são) extremamente apertáveis. Faz aula de luta e tem um bom gosto musical. A família é bem organizada e os pais são muito amáveis.  “Esquisita” e “indiferente” são as palavras que parecem mais se adequar aos dois.

            Além de a história em si ser muito bonitinha e fofa, tem um quê de mistério e alguns dramas, o que dão a ela um toque único. Em alguns momentos eu ria bastante com os diálogos entre os protagonistas, em outros eu chorava desconsoladamente por me identificar com eles. Acho que foi por isso que gostei tanto da leitura. É uma história que poderia ter acontecido comigo, ou com você, ou com um amigo meu. Os personagens não são personagens, são pessoas. Pessoas normais, que não vivem um amor perfeito ou impossível ou uma vida do tipo conto-de-fadas.

            O Park ganhou meu apreço por ser do jeito que ele é. Um personagem daqueles bem humanos, que tem um punhado de pensamentos inteligentíssimos e que é simplesmente fofo noventa por cento do tempo.

            Uma coisa que me surpreendeu foi o fato de me identificar com a Eleanor (psicologicamente falando, porque, ainda bem, eu não tenho os milhões de problemas em casa que ela tem!). Ela é confusa, corajosa (mesmo sem perceber isso), engraçada e um pouco insegura com relação a si mesma, e, por vezes, tenta aparentar o contrário.

            A escrita da autora é bem leve e fluida. A Rainbow Rowell tem um jeito tão diferente de descrever as coisas, meio exótico e que me fazia pensar “como é que eu nunca pensei nessa expressão antes?”. Isso fez com que a leitura se tornasse ainda mais interessante.

            Em alguns pontos a história me lembrou um dos meus seriados favoritos: My Mad Fat Diary e eu achei isso sensacional.




            Por fim, acho que estou passando por uma ressaca literária, porque tudo em que eu consigo pensar é no quanto o Park é incrível, e que aquele final mexeu muito comigo. Ah, por falar nisso eu quero uma continuação, hahah!

            Recomendo muito o livro! 

            Beijos, Yanca. 

Começo

   
   
          Há exatos seis minutos terminei de fazer o design do blog. E aí fiquei me perguntando: e agora? Pausei por alguns segundos, chequei meu celular em busca de alguma atualização nas redes sociais. Tomei um copo de água. Sentei novamente e abri o word, esperando por alguma inspiração pra começar a blogar.

            Esse grande questionamento surgiu porque eu nunca consegui chegar até o fim de um projeto de blog, ou de diário, ou de qualquer coisa que fosse semelhante a isso. Eu sempre parei nas primeiras páginas, e nunca havia terminado um código de HTML que ficasse apresentável pra publicar meus textos.

            Foi por esse motivo que escolhi esse nome pretensioso (que na verdade não parece tão pretensioso assim, mas é): Pra Onde For.

            Quero que o blog siga em frente, que eu consiga expressar um pouquinho do que eu sinto aqui. Que eu despeje informações, que eu escreva resenhas, que eu conquiste leitores maravilhosos, que eu incorpore esse projeto que está tão definido na minha cabeça.

            Quero que a vida também ande, que eu encontre mais amigos, descubra novos lugares pra ir, que eu faça dos meus dias melhores, que eu reconstrua os momentos que não forem tão bons. Que eu não fique parada.

            Esse espaço é pra discutir, pra aprender, compartilhar informações, conhecer pessoas. Pra me divertir.

            E que vá em frente. Não importa como, nem pra qual direção. Mas que vá. Pra Onde For. 






Design e template feito por Yanca Peixoto. O código utilizado como base foi disponibilizado pelo blog:
Julie de batom. A copia total do conteúdo do Blog PRA ONDE FOR é proibida, assim como retirar os créditos.